Educação

Metas e percalços para o ano letivo de 2022

Após posse de diretores da rede estadual, tem início o planejamento para as aulas que iniciam em fevereiro

Carlos Queiroz -

O ano letivo de 2021 recém foi finalizado, mas o planejamento do calendário escolar de 2022 já começou na rede estadual de educação. Desafios antigos, como as medidas de contenção à Covid-19 e problemas estruturais em instituições não foram deixados no ano que passou. Por outro lado, o possível retorno do ensino presencial e a implantação do Novo Ensino Médio serão as novidades.

Se o ano passado foi marcado pela substituição gradativa do ensino remoto pelo híbrido, o aumento de casos de infecção pelo Sars-Cov-2 tem gerado uma incógnita quanto ao modelo de educação que será implantado em 2022. Embora o Estado tenha divulgado em dezembro que o ano letivo contará com aulas 100% presenciais, a 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ª CRE) adota um tom cauteloso e afirma analisar junto à Secretaria Estadual da Saúde (SES) e aos Centros de Operações de Emergência em Saúde (COEs) a questão. "Ainda não podemos afirmar nada. Mas há expectativa de que as aulas iniciem de modo híbrido e, com o passar do tempo, haja uma mudança de modelo", explica o coordenador adjunto, William Guedes.

Ele afirma ainda que, independentemente do modelo, as escolas estão prontas para o início do calendário escolar. "Álcool em gel e distanciamento estão desde o retorno. A gente seguirá com os cuidados com alunos, pais e servidores, verificando caso a caso, vendo como podemos ajudar, trabalhar e conversar com cautela".

Documento importante para o ingresso em diversos locais, o passaporte vacinal não será exigido para que os jovens acompanhem as aulas presencialmente. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) afirma que "alunos do 1º ano do Ensino Fundamental, da rede pública ou privada, devem apresentar atestado de vacinação para efetivação da matrícula", entretanto no caso da vacina contra a Covid-19, até o momento, não há exigência para que estes frequentem as aulas. Decisão que foi reafirmada por Guedes.

Expectativas para o ano que inicia

Empossada em uma cerimônia realizada na última sexta-feira, juntamente com outros 124 profissionais de toda a região, a diretora Colégio Estadual Getúlio Vargas, localizado em Pedro Osório, Adriane Félix, terá a incumbência de coordenar 510 alunos, entre estudantes do Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ela pontua que um bom trabalho em 2022 partirá de um ensino presencial com segurança. "Temos planos que esperamos concretizar, mas para isso precisamos que retornem as aulas presenciais, sempre com segurança, para que a gente possa trabalhar bem dentro da escola".

O maior desafio apontado pela diretora será a implantação do Novo Ensino Médio, modelo de aprendizagem por áreas de conhecimento que permitirá ao aluno optar por uma formação técnica e profissionalizante e que neste ano será ministrado apenas ao 1º ano. Segundo ela, este ajudará a resolver um problema causado pela pandemia: a evasão escolar. "O ensino terá uma nova cara e um propósito que faz com que o aluno queira estudar. Com a pandemia notamos na nossa escola que o Médio abandonou bem mais que o Fundamental".

O professor Ivan Miritz também foi acolhido como novo diretor, este da Escola Estadual Cruzeiro do Sul, de São Lourenço do Sul. Embora atuasse como vice-diretor desde setembro de 2021, ele afirma que o compromisso se torna maior, uma vez que será responsável por 650 alunos. "É um desafio enorme para nós esse ano. Precisamos cativar os alunos, esta é a palavra que mais será usada".

Ele explica que no ano passado os estudantes compareceram, em grande parte, às aulas presenciais e, para este ano, a expectativa é que a totalidade retorne às salas. "Nós tínhamos menos de 3% de alunos remotos. Claro, havia bolhas, uma semana uns iam, outra semana outros. Com a vacina acredito que a orientação seja um distanciamento menor, fazendo com que todos voltem", comenta. Assim como a diretora da instituição de Pedro Osório, Miritz afirma acreditar que o Novo Ensino Médio ajudará a cativar o estudante. "Estava muito repetitivo o ensino. Acreditamos que nesse sentido vai melhorar, havendo um maior interesse dos alunos", finaliza.

Novo ano, mesmos problemas

O ano se inicia com expectativas também na Escola Estadual de Ensino Médio Colônia De Pescadores Z-3, onde 74 estudantes retornarão à sala de aula após um ano de inviabilidade devido a problemas estruturais no prédio. "Estamos aguardando ansiosos por isso", afirma a diretora Sheila Studzinski, reeleita para o cargo.

Ela pontua que o trabalho será árduo por conta da defasagem do ensino, resultado das aulas online e da dificuldade de alguns alunos de compreenderem o conteúdo desta maneira. "O 2021 foi um ano muito difícil, pois tivemos que aprender a utilizar celular e aplicativos necessários em uma comunidade que muitas vezes não tem internet. Foi uma grande dificuldade para todos, mas conseguimos alcançar o objetivo de manter o vínculo com alunos e comunidade".

Ao contrário da escola da Z-3, duas instituições estaduais seguem no aguardo por obras de restauração. Caso da Escola Estadual de Ensino Fundamental Parque do Obelisco, em que a reforma geral segue em fase de elaboração de aditivo e a restauração da rede elétrica e a reconstrução do muro estão com contrato em análise.

Em relação ao Colégio Estadual Félix da Cunha, que necessita de reforma da rede elétrica e parcial do prédio principal, a coordenadora da 5ª CRE, Alice Szezepanski, explica que segue em andamento o processo licitatório para as obras. "Das três empresas que ganharam, duas não aceitaram e uma não tinha documentação para ser contratada". A titular da pasta afirma, entretanto, que as aulas presenciais em ambas as instituições não serão afetadas.

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